3.5 Como protestar durante as crises

Como a pandemia COVID-19 afectou os jovens e os activistas? E como pode organizar acções eficientes durante as crises?  

Neste vídeo, Adélaïde Charlier e Jada Kennedy, representantes do Youth for Climate Movement Belgium, dão algumas respostas.  

Este vídeo está atualmente em inglês, encontre a transcrição aqui:

“Vou explicar um pouco como a crise do COVID-19 afectou os jovens e os activistas. Em primeiro lugar, precisa saber que por trás de cada activista existe um jovem normal que vive situações da vida real como a escola. Neste momento, muitos de nós temos exames, mas conseguimos manter-nos activos nesses tempos difíceis. Mas também era importante esperar o tempo necessário para resolver a pandemia de COVID-19, porque é uma crise de saúde pública e cada crise deve ser tratada duma forma específica. Construímos movimentos com a nossa própria organização, Youth for Climate Belgium, mas também a nível internacional com Fridays for Future, e organizámos um encontro online para pressionar Frans Timmermans para uma mudança na agricultura europeia. Também organizamos os nossos webinars semanais, para ficar em contacto com especialistas mas também para as pessoas divulgarem, pois esse é o nosso principal objetivo no Youth for Climate. 

Também fizemos greves digitais, através do Zoom, com a nossa hashtag #ClimateStrikeOnline e acções de solidariedade com as enfermeiras em frente dos hospitais. Também apoiamos o movimento Black Lives Matter porque não há justiça climática sem justiça social. 

É interessante ter dito que não queremos voltar ao normal, o que inclui também os jovens que andam muito na rua. Então, como vê as próximas semanas, talvez meses? Como colocar pressão a nível político, seja ao nível nacional ou europeu? Obviamente, temos que ser muito criativos porque queremos respeitar as regras sanitárias. Hoje, não faz sentido convocar uma mobilização massiva de milhares de jovens nas ruas. Simplesmente não seria inteligente e não é nossa forma de pensar. Mas ainda queremos estar presentes. Ainda queremos que as nossas vozes sejam ouvidas a esse nível. E para isso temos que ser criativos. Estamos a preparar acções que serão mais físicas do que durante o confinamento : só conseguimos fazer algo através das redes sociais, o que é bastante difícil porque acredito que normalmente acaba por tocar sempre as mesmas pessoas.

Assim, se quisermos ser maiores, temos que fazer mais acções, talvez mais físicas, e tentar fazê-lo agora que todo o mundo esta focado na pandemia de COVID-19. Referi-me ao exemplo da floresta amazónica e do governo que comunicou na imprensa que se concentra na gestão da pandemia, como se íamos desistir das nossas convicções ecologistas durante a pandemia. Bem, isso não faz sentido. Portanto, temos que garantir que a imprensa fale novamente da crise climática, porque precisamos que ela seja novamente colocada no centro do debate político e público. Para isso, faremos de tudo mas provavelmente mais acções que irão reunir alguns jovens na rua e não mobilizações massivas”.